sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

TODOS CONTRA A PEDOFILIA

       A pedofilia é um ato causado por um desvio de personalidade, também é uma doença, que tem como alvo crianças, ou até mesmo adolescentes de 12 á 18 anos e como as Crianças e o Adolescentes  estão tendo mais acesso a internet,  e muitas das vezes não possui fiscalização rigorosa e que se podem trocar vídeos livremente de sexo e pornografia.       
      É melhor que o computador não seja instalado no quarto. Colocar como página principal uma que a criança sempre acessa dificulta que ela fique navegando desnecessariamente. Por isso hoje em dia muito pais se preocupam com seus filhos, 
         A pena para este crime é de 2 a 6 anos de reclusão e pagamento de multa. Um estudo divulgado pela ONG SaferNet no início de outubro mostrou que 53% das crianças e jovens tiveram contato com conteúdos agressivos e considerados impróprios para sua idade. Entre as crianças e jovens, 87% afirmaram que não possuem restrições quanto ao uso da internet.
       Educação: Os pais precisam ensinar aos filhos como se comportar na rede mundial assim como ensinam a eles como se comportar nas ruas. As crianças devem evitar contatos com estranhos e recusar encontros com desconhecidos. Devem desconfiar das informações que recebem e conversar com os pais sobre suas atividades na rede e demais assuntos.
           A pedofilia não é um fato novo, ela está inserida em nossa sociedade e, na maioria das vezes, em doloroso silêncio.  A denúncia  é o meio mais fácil de controlar  e diminuir a Pedofilia.
Como denunciar:
As denuncias de pedofilia podem ser feitas em locais como a Promotoria de Justiça da Vara da Infância e Juventude e o
  Conselho Tutelar (33)3516-2840 ou disque 100   da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República


Att. Siméia Chaves
                                                                  Conselheira Tutelar.

Eles estão por toda parte

São pais, padrastos, avós, tios, professores, militares de todas as patentes e religiosos de todos os credos, marginalizados e da alta sociedade, com distúrbios psicológicos ou simplesmente falta de caráter. Fracassou a tentativa (ou a tentação) de se criarem caricaturas do pedófilo. Não dá para definir quais as categorias sociais mais suspeitas. Não há, por assim dizer, "grupos de risco". A pedofilia é um problema que o Brasil está tirando de trás das cortinas obscuras das relações familiares, onde o Estado não entrava porque não se achava no direito. Agora, há até CPI e campanha nacional com o objetivo de desmascarar a pedofilia, a das redes virtuais de pornografia infantil e a do dia-a-dia, aquela que até então era engolida amargamente, com vergonha e medo, por tantas vítimas e responsáveis que não sabiam a quem apelar.

Outro dia, o senador Magno Malta falou sobre isso numa entrevista a um pastor evangélico na TV. O pastor parecia não estar entendendo o foco do problema, pois insistia na antiga tendência de se apontar muito facilmente um culpado que pudesse ser identificado e rechaçado. Ele ironizou: "A pedofilia hoje celebra missa, não é, senador?". O também evangélico senador da República, exercendo coerentemente seu papel de zelar pela imparcialidade, confirmou a referência aos padres pedófilos, mas não deixou de lembrar que a pedofilia também prega em cultos evangélicos. O pastor se calou, vencido por sua ignorância objetiva e seu fanatismo pré-científico.


Há que se tomar a pedofilia como um sintoma de uma cultura sexual desumana e não como uma causa de perversões individuais. Claro, sempre houve pedófilos e nem sempre isso foi considerado crime. Mas o crescimento do número de casos em relação ao populacional tem sido geométrico. Logo, não adianta banir os estrondos na ponta da linha se não forem trabalhados os fatores que os produzem. Estão em jogo muito mais do que um correto desenvolvimento afetivo-sexual e uma conduta moral sadia.

Estamos erotizando nossas crianças com o pretexto de que a melhor educação sexual é a liberdade para experiências no mundo. Com um arsenal de sensualismo midiático e uma produção em série de terapeutas para todas as esquinas, estamos liberando os sujeitos de suas repressões – o que é bastante necessário e proveitoso – mas não estamos colocando nada de são no vazio que elas deixam. É a velha falácia: vamos quebrar os tabus, pois eles nos aprisionam; vamos trocar essa ultrapassada prisão pelas modernas masmorras das nossas neuroses e bizarrices.

Sobre isso, uma canção de Gilberto Gil e Jorge Mautner observa: "Os pais/ estão preocupados demais/ com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais/ ou então na mão dos molestadores sexuais./ E, no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais./ Por isso não podem fugir do problema:/ maior liberdade ou maior repressão,/ dilema central dessa tal de civilização".

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A carta suicida de uma vítima de pedofilia

Bill Zeller era o nome deste rapaz simpático aí do lado. Só que ele se matou no último dia 2 de janeiro, infelizmente. Na verdade tentou o suicídio nesse dia, por enforcamento, e chegou a ser resgatado, mas não resistiu e faleceu na noite do dia 5/1, quarta-feira. Ele tinha 27 anos de idade, era programador e havia começado a fazer doutorado na área, na prestigiosa Universidade de Princeton (New Jersey), onde morava. Seria mais um dos lamentáveis suicídios que acontecem no mundo inteiro todo dia, se não fossem alguns detalhes sórdidos e - até então - secretos. É que Zeller publicou a sua carta de suicídio (que traduzi e publico abaixo) no Facebook, e também por email aos amigos, e revelou ao mundo uma triste história que ninguém próximo conhecia: a de ter sido vítima de pedofilia. Pelo teor da carta, parece que os abusos começaram quando ele tinha 4 anos de idade, e lhe deixaram marcas profundas demais, realmente insuportáveis (dado o desfecho fatal). Soma-se a isso o fato de ter sido criado por uma família muito religiosa, que frequentam a Middletown Bible Church no Connecticut, onde seu pai é pastor-assistente há mais de 30 anos. Os pais o haviam expulsado de casa, segundo diz na carta, porque ele não queria freqüentar esta igreja 7 horas por semana. Na carta em questão (a versão original pode ser lida clicando-se aqui), Zeller relata um pouco da dificuldade de relacionamento (especialmente pelo toque) e da confusão de sua persona sexual, como resultados incontornáveis da pedofilia de que foi vítima. Não revela o nome do agressor, talvez por não conseguir sequer dizer o seu nome, por mais paradoxal que pareça esta atitude diante de uma medida tão extrema como a que ele tomou. Também conta que procurou profissionais para tratar dos seus problemas, mas nunca teve a coragem de contar sobre os abusos que sofrera, porque - basicamente - era incapaz de confiar o seu segredo mais íntimo e devastador a quem quer que fosse. Termina a carta dizendo que odeia seus pais e critica a maneira como a religião influenciou no seu relacionamento familiar. Enfim, é uma leitura difícil e dolorosa de um drama humano que não encontrou maneiras de se expressar e - inclusive - se ver pelos olhos dos outros, com algumas palavras chulas e blasfêmias que podem eventualmente ofender as pessoas mais sensíveis, mas é um testemunho que merece ser divulgado justamente para que as vítimas de pedofilia não tenham medo algum de procurar ajuda, contar o seu problema e inclusive nomear quem lhes perpetrou essa maldade. Também é um alerta para pessoas que têm amigos, relacionamentos e familiares que eventualmente possam ter um comportamento fora dos padrões "normais" da sociedade, para que tenham a compaixão e a sabedoria de identificar a oportunidade e poder ajudá-los a enfrentar as terríveis conseqüências do crime de que foram vítimas.

"Eu tenho o desejo de declarar a minha sanidade mental e justificar minhas ações, mas presumo que eu nunca vou ser capaz de convencer ninguém de que esta foi a decisão certa. Talvez seja verdade que quem faz isso é insano, por definição, mas posso pelo menos tentar explicar o meu raciocínio. Eu não considerei escrever nada disso por causa do quanto isto é pessoal, mas eu gosto de amarrar as pontas soltas e não quero que as pessoas fiquem se perguntando por quê eu fiz isso. Já que eu nunca falei com ninguém sobre o que aconteceu comigo, as pessoas provavelmente poderiam tirar conclusões erradas.


"Minhas primeiras memórias de infância são as de uma criança repetidamente violentada. Isto afetou todos os aspectos da minha vida. A escuridão, que é a única maneira que posso descrevê-la, seguiu-me como uma névoa, mas às vezes ficava densa demais e me esmagava completamente, geralmente desencadeada por uma situação aleatória qualquer. No jardim de infância eu não conseguia usar o banheiro e ficava petrificado sempre que eu precisava, o que iniciou em mim uma tendência de comportamento social bizarro e inexplicável. Os danos que foram feitos ao meu corpo ainda me impedem de usar o banheiro normalmente, mas agora é menos um impedimento físico do que propriamente um lembrete diário de que foi feito para mim.


"Essa escuridão me seguiu como eu cresci. Lembro-me de passar horas brincando com legos, sendo o meu mundo composto por mim e uma caixa de gelados blocos de plástico. Só esperando para que tudo terminasse. É a mesma coisa que eu faço agora, mas em vez de legos prefiro navegar na web, ler ou ver um jogo de beisebol. A maior parte da minha vida tem sido um sentimento de estar morto por dentro, esperando que o meu corpo chegue a este mesmo estado.


"Às vezes durante meu crescimento, eu sentia uma raiva inconsolável, mas eu nunca liguei isso ao que tinha acontecido até que atingi a puberdade. Eu era capaz de manter a escuridão de lado cada vez que isso acontecia, fazendo coisas que exigiam concentração intensa, mas as trevas sempre voltavam. Atraí-me por programação justamente por esta razão. Nunca fui particularmente apaixonado por computadores ou fã de matemática, e a paz temporária que isso me proporcionava era como uma droga. Mas a escuridão sempre voltava e fui construindo uma espécie de resistência, porque a programação foi se tornando cada vez menos um refúgio.


"As trevas me acompanham desde o momento em que eu acordo. Sinto-me como se uma sujeira estivesse me cobrindo. Sinto-me como se estivesse preço num corpo enlameado que nenhum ciclo de lavagem pudesse limpar. Sempre que eu penso sobre o que aconteceu eu começo a me coçar compulsivamente, e não consigo me concentrar em outra coisa. Isto se manifesta também na hora de comer, ficar acordado por dias seguidos, ou dormir direto durante dezesseis horas, bebedeiras, uma semana inteira de programação ou malhar constantemente na academia. Estou exausto de me sentir assim a cada hora de cada dia.


"Três ou quatro noites por semana eu tenho pesadelos com o que aconteceu. |Isto me faz evitar o sono e por isso estou constantemente cansado, porque tentar dormir com o que se prenuncia como horas de pesadelos não é nada repousante. Eu acordo suado e furioso. Lembro-me todas as manhãs do que foi feito contra mim e do controle que isso tem sobre a minha vida.


"Eu nunca fui capaz de parar de pensar sobre o que aconteceu comigo e isso dificulta minhas interações sociais. Ficava irritado e perdido em pensamentos para em seguida ser interrompido por alguém dizendo" Oi "ou puxando conversa, incapaz de entender por que eu parecia frio e distante. Eu andava por aí, vendo o mundo exterior a partir de um portal distante atrás dos meus olhos, incapaz de me conduzir segundo as normais delicadezas humanas. Ficava imaginando como seria ter relações normais para com as outras pessoas sem ter lembranças amargas sempre na minha mente, e eu queria saber se outras pessoas tiveram experiências similares, mas eram mais habilidosas em mascará-las.


"O álcool também foi algo que me deixava escapar das trevas, mas elas sempre me encontravam depois, sempre irritadas por que eu havia tentado escapar e me faziam pagar por isso. Muitas das coisas irresponsáveis que eu fiz foram os resultados das trevas. Obviamente, eu sou responsável por cada decisão e ação, incluindo esta, mas há razões para que as coisas aconteçam da maneira que elas acontecem.


"O álcool e outras drogas me deram uma maneira de ignorar a realidade da minha situação. Era fácil passar a noite bebendo e tentando esquecer que eu não tinha nenhum futuro para ficar esperando. Eu nunca gostei do que o álcool fazia comigo, mas era melhor do que encarar de frente a minha existência com honestidade. Eu não tenho provado álcool ou qualquer outra droga já faz mais de sete meses (e nem drogas ou álcool estão envolvidos neste meu ato) e isso me forçou a avaliar a minha vida de forma honesta e clara. Não há nenhum futuro aqui. As trevas estarão sempre comigo.


"Eu costumava pensar que se eu resolvesse algum problema ou alcançasse algum objetivo, talvez elas sairiam. Era reconfortante identificar os problemas concretos e solucionáveis como a origem dos meus problemas ao invés de algo que eu nunca seria capaz de mudar. Pensei que, se entrasse numa boa faculdade, ou uma boa escola de pós-graduação, ou perdesse peso, ou fosse para a academia quase todos os dias durante um ano, ou criasse programas que milhões de pessoas usariam, ou passasse um verão na Califórnia ou Nova York, ou publicados trabalhos que me dessem orgulhoso, então talvez eu sentiria um pouco de paz e não fosse constantemente perseguido e assombrado. Mas nada que eu fiz mudou um grão na forma como eu me sentia deprimido diariamente e não havia nada que eu fizesse que fosse recompensador. Eu nem sei porque eu pensei que algo fosse capaz de mudar.


"Eu não percebi o quão profundo isto tinha uma influência decisiva sobre mim e minha vida até o meu primeiro relacionamento. Estupidamente eu supus que, não importando o quanto a escuridão me afetava pessoalmente, os meus relacionamentos amorosos, de alguma maneira, seriam separados e protegidos. Enquanto eu crescia, eu via a possibilidade de relacionamentos futuros como uma possível fuga dessa coisa que me assombrava todos os dias, mas comecei a perceber o quanto isso estava emaranhado em todos os aspectos da minha vida e como isso nunca iria me libertar. Ao invés de ser uma fuga, os relacionamentos e contatos românticos com outras pessoas apenas intensificavam o meu problema de forma que eu não podia suportar. Eu nunca vou ser capaz de ter uma relação em que ele não é o foco, afetando cada aspecto das minhas interações românticas.


"Os relacionamentos sempre começavam bem e eu seria capaz de ignorá-lo por algumas semanas. Mas conforme nós íamos nos tornando íntimos emocionalmente, as trevas voltavam e a cada noite lá estariam eu, ela e as trevas num negro e horrível ménage-à-trois. Elas me cercavam e penetravam e quanto mais nós nos aproximávamos, mais intensas elas se tornavam. Fez-me odiar ser tocado, porque enquanto estávamos separados eu poderia vê-la como uma visão de fora, boa, gentil e imaculada. Uma vez que nos tocávamos, a escuridão também a envelopava e a levava, de maneira que o mal que estava dentro de mim também terminava envolvendo-a. Eu sempre me sentia como se estivesse infectando alguém com quem eu estava.



"Os relacionamentos não davam certo. Ninguém que eu namorava era a pessoa certa, e penso que se eu tivesse encontrado a pessoa certa eu a teria esmagado. Parte de mim sabia que o fato de encontrar a pessoa certa não ajudaria, então eu me interessei por garotas que obviamente não tinham interesse em mim. Por um momento eu pensei que eu era gay. Eu me convenci de que não eram as trevas, mas talvez a minha orientação sexual, porque isso me daria o controle sobre o porquê das coisas que eu não considerava “corretas”. O fato de que as trevas afetam questões sexuais de maneira mais intensa fez com que essa idéia tivesse algum sentido e eu me convenci disso por alguns anos, começando na faculdade depois do meu primeiro relacionamento ter terminado. Eu disse às pessoas que eu era gay (em Trinity, não em Princeton), ainda que eu não me sentisse atraído por homens e me mantivesse interessado por garotas. Então, se ser gay não era a resposta para os meus problemas, então qual era? As pessoas pensavam que eu estava evitando a minha orientação, mas o que eu estava realmente evitando era a verdade, a qual é que, mesmo eu sendo hetero, nunca estarei satisfeito com quem quer que seja. Agora eu sei que as trevas nunca irão embora.


"Na última primavera eu encontrei alguém que era diferente de qualquer outra pessoa que eu havia conhecido. Alguém que me mostrou o quanto duas pessoas podem conviver bem e quanto eu poderia se preocupar em cuidar de outro ser humano. Alguém com quem eu sei que poderia estar e amar para o resto da minha vida, se eu não fosse tão fudido. Surpreendentemente, ela gostava de mim. Ela gostava da casca de homem que as trevas haviam deixado para trás. Mas isso não importava, porque eu não conseguia ficar sozinha com ela. Nunca era só nós dois, tudo foi sempre a três: ela, eu e as trevas Quanto mais íntimos ficávamos, mais intensamente eu sentia a escuridão, como se fosse um espelho maligno das minhas emoções. Toda a intimidade que nós tínhamos e eu amava era complementado por uma agonia que eu não conseguia suportar e daí eu percebi que eu nunca seria capaz de dar a ela, ou a quem quer que fosse tudo de mim ou somente o meu eu. Ela nunca poderia me ter sem a escuridão e o mal dentro de mim. Eu nunca poderia ter apenas ela, sem a escuridão como uma parte de todas as nossas interações. Eu nunca vou ser capaz de estar em paz e contente em um relacionamento saudável. Percebi a futilidade da parte romântica da minha a vida. Se eu nunca a tivesse conhecido, eu teria percebido isso tão logo encontrasse alguém com quem eu combinasse igualmente bem. É provável que as coisas não teriam funcionado com ela e que teríamos rompido (com o nosso relacionamento chegando a um fim, como a maioria dos relacionamentos chegam), mesmo se eu não tivesse esse problema, já que namoramos por pouco tempo. Mas vou ter que encarar exatamente os mesmos problemas com as trevas com qualquer outra pessoa com que me relacione. Apesar de minhas esperanças, amor e compatibilidade não são suficientes. Nada é suficiente. Não há nenhuma maneira de eu poder resolver isso ou até mesmo derrotar as trevas o suficiente para ter um relacionamento ou qualquer tipo de intimidade que seja viável.


"Então, eu observava como as coisas desmoronavam entre nós. Eu tinha colocado um limite de tempo explícito no nosso relacionamento, pois eu sabia que não poderia durar muito por causa das trevas e não queria segurá-la, e isso causou uma grande variedade de problemas. Ela foi colocada em uma situação anormal que ela nunca deveria ter tomado parte. Deve ter sido muito difícil para ela não saber o que realmente estava acontecendo comigo, mas isso não é algo que eu nunca fui capaz de conversar com mais ninguém. Perdê-la foi muito difícil para mim também. Não é por causa dela (eu superei o nosso relacionamento de forma relativamente rápida), mas por causa da constatação de que eu nunca teria um outro relacionamento e porque aquele significou a última ligação pessoal, exclusiva e verdadeira que eu podia ter tido. Isso não era evidente para outras pessoas, porque eu nunca poderia falar sobre as verdadeiras razões da minha tristeza. Fiquei muito triste no verão e no outono, mas não foi por causa dela, mas porque eu nunca vou escapar das trevas com quem quer que seja. Ela era tão amável e gentil comigo e me deu tudo que eu poderia ter pedido considerando as circunstâncias. Eu nunca vou esquecer o quanto ela me trouxe felicidade nesses poucos momentos em que eu poderia ignorar a escuridão. Eu havia planejado originalmente me matar no inverno passado, mas nunca parei para fazer isso (partes dessa carta foram escrita cerca de um ano atrás, outras partes dias antes de fazer isso.) Foi errado da minha parte me envolver em sua vida se esta fosse uma possibilidade e que eu deveria tê-la deixado sozinha, mesmo que a gente só tenha namorado por alguns meses e as coisas terminaram há muito tempo atrás. Ela é apenas mais um nome em uma longa lista de pessoas que eu magoei.



"Eu poderia gastar páginas falando sobre os outros relacionamentos que tive que foram arruinados por causa dos meus problemas e minha confusão em relação às trevas. Eu feri a tanta gente legal por causa de quem eu sou e minha incapacidade de experimentar o que precisa ser experimentado. Tudo o que posso dizer é que eu tentei ser honesto com as pessoas sobre o que eu pensava que era verdade.


"Eu passei minha vida magoando as pessoas. Hoje será a última vez.


"Eu disse a pessoas diferentes um monte de coisas, mas eu nunca contei a ninguém o que aconteceu comigo, nunca, por razões óbvias. Levei um tempo para perceber que não importa o quão próximo você está com alguém ou o quanto eles dizem te amar, as pessoas simplesmente não conseguem guardar segredos. Aprendi isso há alguns anos atrás, quando eu achava que era gay e contei às pessoas. Quanto mais prejudicial for o segredo, mais suculenta será a fofoca e o mais provável é que você seja traído. As pessoas não se preocupam com a sua palavra ou o com o que elas prometeram, eles apenas fazem o pior que elas querem e tentam justificá-lo mais tarde. A gente se sente extremamente solitária quando percebe que você nunca poderá compartilhar algo com alguém e que isto fique apenas entre vocês dois . Eu não culpo a ninguém em particular, eu acho que é apenas o jeito como as pessoas são. Mesmo que eu sinta assim é algo que eu poderia ter compartilhado, já que não tenho interesse em fazer parte de uma amizade ou relacionamento onde a outra pessoa me vê como a pessoa contaminada e danificada que eu sou. Assim, mesmo se eu fosse capaz de confiar em alguém, eu provavelmente não teria dito a eles sobre o que aconteceu comigo. Nesse ponto, eu simplesmente não me importo com quem sabe.


"Eu me sinto um mal dentro de mim. Um mal que me faz querer acabar com a vida. Preciso parar com isso. Eu preciso me certificar de que não matar alguém, o que não é algo que pode ser facilmente desfeita. Eu não sei se isso está relacionado com o que aconteceu comigo ou algo diferente. reconheço a ironia de me matar para me impedir de matar alguém, mas essa decisão deve indicar o que eu sou capaz.


"Então eu percebi que eu nunca vou escapar da escuridão ou a miséria associada a ele e eu temos a responsabilidade de parar de me agredir fisicamente os outros.


"Eu sou apenas uma casca quebrada e miserável de um ser humano. O fato de ter sido molestado sexualmente me definiu como pessoa e me moldou como ser humano e isso fez de mim o monstro que eu sou e não há nada que eu possa fazer para escapar disso. I Não conheço nenhuma outra existência possível. Eu não sei o que a vida poderia ser além disso. Eu ativamente desprezar a pessoa que sou. Eu me sinto profundamente quebrado, quase não-humano. Sinto-me como um animal que acordou um dia em um corpo humano, tentando dar sentido a um mundo estranho, vivendo entre as criaturas que não compreende e às quais não consegue se conectar.


"Eu aceito que as trevas nunca vão me permitir entrar num relacionamento. Eu nunca vou dormir com alguém em meus braços, sentindo o conforto de suas mãos ao meu redor. Eu nunca vou saber o que é uma intimidade incontaminada. Nunca terei um vínculo de exclusividade com alguém, alguém que possa ser o destinatário de todo o amor que eu tenho para dar. Eu nunca vou ter filhos, e eu adoraria ser pai. Eu acho que eu seria um bom pai. E mesmo se eu tivesse lutado contra a escuridão e me casado e tido filhos, mesmo sendo incapaz de sentir a intimidade, eu nunca poderia ter feito isso se o suicídio fosse uma possibilidade. Eu realmente tentei minimizar a dor, embora eu saiba que esta decisão vá ferir muitos de vocês. Se isso te machuca, eu espero que você pelo menos pode se esquecer de mim rapidamente.


"Não há nenhum benefício em identificar quem me molestou sexualmente, então eu só vou deixar por isso mesmo. Duvido que a palavra de um cara morto, sem provas de algo que aconteceu há mais de 20 anos atrás teria muita influência.


"Você pode se perguntar por que não falar com um profissional sobre o assunto. Eu fui a vários médicos desde que eu era um adolescente pra falar sobre outras questões e tenho certeza de que qualquer outro médico não teria ajudado. Nunca ninguém me deu um conselho prático, nunca. A maioria deles passava a maior parte da sessão lendo suas anotações para lembrar quem eu era. E eu não tenho nenhum interesse em falar sobre ter sido violentado quando era criança, tanto porque eu sei que não iria ajudar e porque não tenho confiança de que iria permanecer em segredo. Conheço os limites jurídicos e práticos do sigilo entre médico e paciente, pois fui criado numa casa onde nós sempre ouvimos histórias sobre as mais variadas enfermidades mentais de pessoas famosas, histórias que foram transmitidas através de gerações. Tudo que fica é um médico que acha que a minha história é interessante o suficiente para compartilhar ou um médico que acha que é seu direito ou a responsabilidade de contactar as autoridades para me fazer identificar o molestador (justificando a sua decisão dizendo que alguém poderia estar em perigo). Só é preciso um único médico que viole a minha confiança, assim como os "amigos" a quem eu disse que eu era gay fizeram, e tudo seria tornado público e eu seria forçado a viver em um mundo onde as pessoas soubessem como eu tenho uma vida fudida. E sim, eu sei que isso indica que eu tenho sérios problemas de confiar nos outros, mas eles são baseados em um grande número de experiências com pessoas que têm demonstrado um profundo desrespeito para com a sua palavra e a vida privada dos outros.


"As pessoas dizem que o suicídio é egoísta. Eu acho que é egoísta pedir às pessoas que continuem vivendo uma vida dolorosa e miserável, já que assim você possivelmente não vai se sentir triste por uma semana ou duas. Suicídio pode ser uma solução permanente para um problema temporário, mas é também uma solução permanente para um problema de 23 anos que se torna mais intenso e avassalador a cada dia que passa.


"Algumas pessoas são tratadas horrivelmente nesta vida. Eu sei que muitas pessoas sofrem coisas piores do que eu, e talvez eu não sou mesmo uma pessoa forte, mas eu realmente tentei lidar com isso. Tentei lidar com isso todos os dias dos meus últimos 23 anos mas não posso mais agüentar essa porra.


"Muitas vezes me pergunto como é que a vida deve ser para outras pessoas. Pessoas que conseguem sentir o amor dos outros e devolvê-lo puro, pessoas que podem experimentar o sexo como uma experiência íntima e alegre, pessoas que podem experimentar as cores e os acontecimentos deste mundo sem uma miséria constante. Pergunto-me quem eu seria se as coisas tivessem sido diferentes, ou se eu fosse uma pessoa mais forte. Seria muito bom.


"Estou preparado para a morte. Estou preparado para a dor e eu estou pronto para já não existem. Graças ao rigor de leis de armas de Nova Jersey, isto será provavelmente muito mais doloroso do que precisaria ser, mas o que se pode fazer? Meu único receio neste momento é algo dar errado e eu sobreviver.

---

"Eu também gostaria de me dirigir à minha família, se é que você pode chamá-los assim. Eu desprezo tudo o que eles defendem e que eu realmente os odeio, de forma não-emocional, não passional e - eu acredito – de uma maneira saudável. O mundo será um lugar melhor quando eles morrerem - um mundo com menos ódio e intolerância.

Se você não estiver familiarizado com a situação, meus pais são cristãos fundamentalistas que me expulsaram de sua casa e cortaram as minhas finanças quando eu tinha 19 anos porque me recusei a freqüentar a igreja sete horas por semana.

"Eles vivem em uma realidade em preto e branco que eles construíram para si mesmos. A separação do mundo em bons e maus e a sobrevivência através do ódio a tudo o que eles temem ou não compreendem, e chamam isso de amor. Eles não entendem que pessoas boas e decentes existem e estão ao nosso redor, "salvos" ou não, e que pessoas más e cruéis representam uma grande porcentagem de sua igreja. Eles se aproveitam das pessoas que procuram uma esperança, ensinando-lhes a praticar o mesmo ódio que praticam.


"Um exemplo aleatório:

"Estou pessoalmente convencido de que se um muçulmano realmente crê e obedece o Alcorão, ele vai ser um terrorista." - George Zeller, 24 de agosto de 2010.

"Se você optar por seguir uma religião onde, por exemplo, católicos devotos que estão tentando ser boas pessoas estão indo para o inferno, mas molestadores de crianças vão para o céu (contanto que eles estejam "salvos" em algum ponto), a escolha é sua, mas é foda. Talvez um deus que se paute por essas regras exista. Se assim for, ele que se foda.



"A igreja sempre foi mais importante que os membros da sua família e eles alegremente sacrificavam o que fosse necessário para satisfazer suas crenças inventadas sobre quem eles deveriam ser.


"Eu cresci numa casa onde o amor foi representado por um deus em quem eu nunca poderia acreditar. Uma casa onde o amor pela música com todo tipo de ritmo foi literalmente batido pra fora de mim. Uma casa cheia de ódio e intolerância, dirigida por duas pessoas que eram especialistas em parecer amáveis e calorosas quando os outros estavam por perto. Pais que dizem a uma criança de oito anos que sua avó está indo para o inferno só porque ela é católica. Os pais que alegam não serem racistas, mas em seguida falam sobre os horrores da miscigenação. Eu poderia listar centenas de outros exemplos, mas é cansativo.


"Desde que foi expulso de casa, já interagi com eles de forma relativamente normal. Eu converso com eles ao telefone como se nada tivesse acontecido. Eu não sei ao certo o porquê. Talvez porque eu goste de fingir que tenho uma família. Talvez eu goste de ter pessoas com quem eu possa falar sobre o que está acontecendo na minha vida. Seja qual for o motivo, ele não é real e soa como uma farsa. Eu nunca deveria ter permitido que este reatamento acontecesse.


"Eu escrevi o que acabei de escrever um tempo atrás, e eu me sinto assim a maior parte do tempo. Em outras ocasiões, porém, sinto-me menos odioso. Sei que meus pais honestamente acreditam na porcaria que eles acreditam e eu sei que a minha mãe, pelo menos, me amava muito e tentava fazer o seu melhor. Uma razão para guardar isso por tanto tempo é porque sei quanta dor que vai causar. Ela ficou triste desde que ela descobriu que eu não era "salvo", desde que ela acredita que eu vou para o Inferno, o que não é uma tristeza pela qual me sinto responsável. Isso nunca iria mudar e provavelmente ela acredite que o estado do meu corpo físico é muito menos importante do que o estado da minha alma. Ainda assim, eu intelectualmente não posso justificar esta decisão, sabendo o quanto isso vai machucá-la. Talvez a minha capacidade de tirar minha própria vida, sabendo quanta dor isso vai causar, mostre que eu sou um monstro que não merece viver. Tudo o que sei é que eu não posso lidar com essa dor por mais tempo e eu realmente sinto muito por não poder esperar até que a minha família e todos que eu conhecia morram, assim isto poderia ser feito sem ferir ninguém. Por anos eu desejava que fosse atropelado por um ônibus ou morresse ao salvar um bebê de um afogamento, o que poderia fazer a minha morte ser mais aceitável, mas nunca tive essa sorte.

---

"Para aqueles de vocês que me mostraram amor, obrigado por aturar toda a minha merda, e mau humor e arbitrariedade. Eu nunca fui a pessoa que eu queria ser. Talvez sem as trevas, eu teria sido uma pessoa melhor, talvez não. Eu tentei ser uma pessoa boa, mas eu percebo que eu nunca cheguei muito longe fazendo isso.


"Eu sinto muito pela dor que isso causa. Eu realmente queria que eu tivesse outra opção. Espero que esta carta explique por que eu precisava fazer isso. Se você não consegue entender esta decisão, espero que você pode pelo menos possa me perdoar. "


Bill Zeller

---

“ Por favor, salve esta carta e a poste de novo se for deletada. Eu não quero que as pessoas fiquem se perguntando por que eu fiz isso. Eu divulguei esta carta o mais amplamente do que eu pude, porque eu estou preocupado que a minha família venha a tentar restringir o acesso a ela. Eu não me importo se esta carta seja tornada pública. Na verdade, eu preferiria que fosse tornada pública a pessoas são incapazes de lê-la e que elas tirassem suas próprias conclusões.


"Sinta-se livre para publicar esta carta, mas somente se ela for reproduzida em sua totalidade."



Texto publicado por Danusa Biasi no site http://todoscontraapedofilia.ning.com/

Vamos acabar com a Pedodofilia nas estradas


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A VIOLÊNCIA NÃO TIRA FÉRIAS!






A VIOLÊNCIA NÃO TIRA FÉRIAS!

NA TEMPORADA.

Existem diferentes situações que colocam nossas crianças em risco.
Ajude a evitá-las.

Cuidados com todas as crianças.
____________________________________________________________________
1 . Ao encontrar uma criança em situação de perigo, ofereça ajuda.
2 . Caso identifique que ela esta perdida, notifique uma autoridade Policial.
3 . Se uma criança desaparecer, procure imediatamente a delegacia mais próxima.

Cuidados com os seus filhos.
____________________________________________________________________
1 . Oriente seus filhos a não aceitar doces, presentes ou qualquer outro objeto de estranhos seu o seu consentimento.
2 . Saiba quem são os vizinhos e os amigos dos seus filhos na temporada.
3 . Acompanhe os passeios e as atividades.
4 . Não deixe as crianças em casa sozinhas.

Evite os desaparecimentos.
____________________________________________________________________
1 . Ensine aos seus filhos os telefones, endereço e as referências do lugar onde estão hospedados.
2 . Deixe com as crianças alguma identificação com nome dos pais, endereço e telefones (Ex : Pulseirinha)
3 . Só autorize seus filhos a brincar em locais públicos com a supervisão de um adulto de sua confiança ( Não se discuidar na hora do banho no mar)

DENUNCIE LIGUE 181 OU 100

Possiveis sinais encontrados em crianças que sofrem violência.
____________________________________________________________________
1 . Hematomas de tonalidades diferentes no corpo.
2 . Mudança de comportamento e humor.
3 . Isolamento, medo e silêncio prolongado.
4 . Reações agressivas sem causa aparente.
5 . Atitude erotizada desproporcional à idade.

SE UMA CRIANÇA ESTIVER EM RISCO, PROCURE O CONSELHO TUTELAR.

COM ESSAS DICAS , SUA FAMÍLIA APROVEITA AS FÉRIAS EM SEGURANÇA E VOCÊ AJUDA A ENFRENTAR A VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS.

PREVINIR SEMPRE, DESCUIDAR-SE JAMAIS!
De: Sargento Tânia Guerreiro
Fonte: http://todoscontraapedofilia.ning.com