Nos últimos anos antes de sua morte, o papa João Paulo II foi alvo de uma intensa pressão internacional devido às denúncias sobre casos de abuso sexual contra crianças por parte de religiosos em várias partes do mundo, principalmente, nos Estados Unidos.
» Os 27 anos de papado de
João Paulo II
O caso mais famoso envolvia padres da Arquidiocese de Boston. Mas, mesmo com provas e, inclusive, com a confissão de culpa de alguns sacerdotes, o Vaticano adotou uma posição leve, enfurecendo as vítimas de abuso sexual.
A sede da Igreja Católica rejeitou as normas severas contra os padres, argumentando que a Carta de Proteção à Criança e ao Jovem é confusa, ambígua e difícil de conciliar com as leis canônicas. O Vaticano disse que "maiores reflexões sobre e revisão" da norma seriam necessárias antes que ela pudesse ser aprovada. A carta cria uma comissão de funcionários do Vaticano e da Igreja católica norte-americana para executar a revisão.
Os regulamentos que vítimas norte-americanas queriam impor determinavam que um bispo deveria remover um religioso de "qualquer função ou ministério eclesiástico" se houvesse acusação "confiável" de que ele praticara abusos sexuais contra um menor de idade. "É simplesmente trágico", disse David Clohessy, que dirige a Survivors Network of those Abused by Priests (Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres), uma organização de defesa das vítimas do abuso.
Os escândalos de pedofilia que abalaram a Igreja Católica nos últimos anos ocorreram praticamente em todas as dioceses dos Estados Unidos e envolveram mais de 1,2 mil sacerdotes, que abusaram de mais de quatro mil crianças.
Uma extensa investigação realizada pelo jornal The New York Times revela que 4.268 pessoas denunciaram publicamente ou à Justiça terem sido objeto de abusos de sacerdotes, embora vários especialistas afirmem que muitas mantiveram silêncio. A partir de registros judiciais, informes, documentos eclesiásticos e entrevistas, o Times encontrou acusações de abusos em 161 das 177 dioceses dos Estados Unidos.
Vítimas podem chegar a mil em Boston
Sacerdotes e outros membros da arquidiocese de Boston teriam abusado sexualmente de mais de mil pessoas nas últimas seis décadas, de acordo com o procurador de Massachusetts, Tom Reilly, indicando que o escândalo é tão grande que "é quase inacreditável".
O relatório, resultado de um jurado pesquisador que tratou de determinar se a hierarquia católica deve ser processada por ignorar as denúncias de abuso sexual, disse que a arquidiocese recebeu queixas de 789 supostas vítimas que denunciaram mais de 250 sacerdotes e empregados da Igreja. No entanto, se outras fontes forem levadas em conta, disse o procurador, é possível que tenham existido mais de mil vítimas, desde 1940 até agora.
O cardeal Bernard Law, que renunciou como arcebispo em dezembro de 2002, "é o principal responsável pelo trágico tratamento que sofreram crianças durante o tempo em que exerceu o cargo", disse Reilly no relatório de 91 páginas. "Mas ele não é o único responsável. Com raras exceções, nenhum dos principais administradores da arquidiocese lhe aconselharam a adotar os passos necessários para pôr fim a esse sistemático abuso de crianças".
Apesar do que Reilly considera "uma aceitação institucional dos abusos", não foram feitas queixas porque as leis de proteção à infância que se achavam vigentes durante a época em que se cometeram os abusos não o permitiam.
A grande quantidade de denúncias de abuso sexual documentada por pesquisadores em Boston parece sem precedentes, mesmo em meio de um escândalo que afetou a igreja em quase todo estado e fez com que cerca de mil pessoas formulassem acusações a nível nacional durante o ano passado. "O abuso a crianças foi tão grande e tão prolongado que chega a ser incrível", disse Reilly na carta de apresentação anexada ao relatório. O relatório é o resultado de 16 meses de investigação sobre a forma como os líderes da Igreja lidaram com o escândalo. "Eles preferiram proteger sua imagem e a reputação de sua instituição em lugar da segurança e o bem-estar das crianças confiadas a seu cuidado. Eles atuaram com uma pervertida devoção quanto ao segredo", diz o relatório em sua conclusão. "E eles não romperam o código de silêncio mesmo quando a magnitude do ocorrido deveria ter alertado a qualquer administrador razoável e responsável sobre a necessidade de procurar ajuda".
1 comentários:
CABADA DE SAFADOS ESTRUPADORES IGREIJA DA VERGONHA ...SE NAO FOR PEDOFILOS SAO GAY
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